Os índices de roubos de carga voltaram a crescer de forma expressiva nas cidades do Sudoeste da Grande São Paulo. Dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que Itapecerica da Serra, Juquitiba e Cotia registraram aumentos preocupantes entre janeiro e setembro deste ano, ampliando a sensação de vulnerabilidade no transporte de mercadorias e revelando desafios cada vez maiores para transportadores e motoristas.

O cenário já era considerado crítico, mas ganhou mais um alerta nesta semana, quando um caminhão ficou mais de cinco horas atravessado no Rodoanel, após o motorista acionar a Polícia Militar alegando ter sido sequestrado por criminosos. A ocorrência mobilizou equipes especializadas, incluindo o GATE e o Águia da PM, interrompendo totalmente o tráfego em um dos principais corredores logísticos do estado. A suspeita de explosivo dentro da cabine agravou ainda mais o temor de que quadrilhas estejam operando com alto grau de violência e estratégia. O alarme de bomba era falso e o motorista precisou passar por atendimento médico e, já prestou depoimento para ajudar nas investigações que seguem em andamento na Delegacia Seccional de Taboão da Serra.

Crescimento expressivo dos roubos de carga

Segundo os números da SSP:

Itapecerica da Serra

  • 39 ocorrências (jan/set 2024)

  • 72 ocorrências (jan/set 2025)

  • Alta de 84,6%

O município mais impactado da região praticamente dobrou o número de casos em apenas um ano, indicando forte avanço de quadrilhas que atuam em rotas estratégicas como as proximidades da Régis Bittencourt e do próprio Rodoanel.

Juquitiba

  • 21 ocorrências (jan/set 2024)

  • 35 ocorrências (jan/set 2025)

  • Alta de 66,7%

Cotia

  • 54 ocorrências (jan/set 2024)

  • 77 ocorrências (jan/set 2025)

  • Alta de 42,6%

Pressão por reforço no policiamento

Com aumentos tão significativos e episódios como o do caminhão no Rodoanel, transportadoras e entidades do setor voltam a cobrar reforço no patrulhamento, especialmente em trechos considerados críticos.

A Polícia Militar e forças especializadas têm intensificado operações, mas os dados mostram que a criminalidade segue em ritmo acelerado.