Funcionários públicos de Itapecerica da Serra foram surpreendidos negativamente pelo decreto n° 3.749, que dispõe sobre a criação de um Banco de Horas para apuração e compensação das horas extras já realizadas pelos servidores da Prefeitura e Autarquias Municipais, pendentes de pagamento até a data da publicação do decreto, 18/11. O documento estabelece que a medida tem “efeitos retroativos”.
“A partir desta data, todas as horas extras pendentes de pagamento serão registradas em banco de horas para compensação futura ou pagamento em época oportuna, respeitando a disponibilidade orçamentária e financeira do município”, destaca o decreto.
“A gente trabalhou, nos colocamos à disposição, trabalhamos por muitas horas, além do horário do trabalho (8h às 17h), para de repente dar o melhor para sua família e faltando duas semanas para o pagamento e alguém dar uma canetada... Se a gente está fazendo hora extra é porque a cidade precisa. Não acho justo, sou do princípio: trabalhou, recebeu. Ele esperou 18 de novembro... porque não avisou antes que não ia pagar?”, desabafou um servidor concursado ao Click Regional.
Um requerimento apresentado pelos vereadores solicita explicações sobre a medida. Os parlamentares declararam apoio aos servidores e criticaram a retirada das horas extras, convocando o secretário para prestar esclarecimentos.
“É o cúmulo! Injusto demais que eles não tenham acréscimo no salário. Eles não querem banco de horas”, enfatizou a vereadora Irmã Rose.
“Que falta de responsabilidade do seu grupo técnico, Dr. Nakano. Estamos lidando com vidas, crianças e famílias. Não vamos aceitar isso goela abaixo. Cortar, já cortaram, mas que, pelo menos, tenha uma explicação. Peço uma convocação do secretário para explicar em plenário. Não pode o servidor pagar a conta pela falta de responsabilidade e profissionalismo”, declarou o vereador Alex Pires.