Taboão da Serra é referência na proteção de mulheres em situação de violência doméstica com medidas protetivas. O município conta com a Patrulha Guardiã Maria da Penha, serviço especializado que realiza visitas, rondas de monitoramento e fiscaliza o cumprimento das medidas judiciais, oferecendo ainda suporte psicológico e jurídico às vítimas.
Pioneira na região, a Patrulha Guardiã foi criada há sete anos e, desde então, garantiu a integridade de todas as mulheres que aceitaram participar do programa.
“Não tivemos nenhum óbito dessas mulheres que quiseram participar desse serviço”, ressaltou a GCM Renata, integrante da equipe.
Somente nos primeiros oito meses de 2025, 85 atendimentos foram realizados. No total, mais de 2 mil mulheres já foram assistidas desde a implantação.
O trabalho é desenvolvido por seis agentes da Guarda Civil Municipal, em convênio com o Ministério Público. As medidas protetivas deferidas pela Justiça chegam à equipe, que passa a monitorar a vítima e fiscalizar se o agressor cumpre as determinações.
“Apoiamos as viaturas nas ocorrências em andamento e realizamos visitas para garantir que as medidas sejam obedecidas. Nosso objetivo é que essas mulheres retomem a vida social e psicológica, se fortalecendo”, explicou a GCM Letícia. “Somos os olhos do Judiciário aqui fora.”
O secretário de Segurança, Luis Peniche, destacou que a política municipal de enfrentamento à violência doméstica é prioridade.
“Essa administração prima pela integridade física e emocional das mulheres vítimas de violência doméstica. A Patrulha Guardiã Maria da Penha é um exemplo do nosso compromisso com a proteção e o acolhimento, garantindo que cada medida protetiva seja cumprida e que essas mulheres tenham segurança para reconstruir suas vidas. Nosso trabalho é salvar vidas e reafirmar que violência contra a mulher não será tolerada em Taboão da Serra.”
As denúncias podem ser feitas pela Delegacia da Mulher, pelo telefone 180 (disque-denúncia) e nas delegacias comuns. Taboão da Serra também conta com um Complexo da Mulher, que oferece atendimento psicológico, social e jurídico no mesmo espaço.
Ao registrar a ocorrência, a vítima pode solicitar a medida protetiva, que será encaminhada ao juiz junto com provas, como fotos, vídeos e testemunhos.
O guarda Fernando destaca o impacto positivo do serviço:
“É gratificante acompanhar a evolução dessas mulheres. Muitas retomam a autoestima, reconstroem a vida profissional e voltam a viver com segurança.”
Para a equipe, cada história representa um ciclo de superação.
“A Lei Maria da Penha começou com alguém que não se calou. Peçam ajuda. Ser feliz não é sorte, é um direito”, reforça Letícia. “Conte sempre conosco. Mesmo sem medida protetiva, estamos à disposição. Todas as informações são sigilosas.”