A Polícia e o Ministério Público informaram que ao menos nove pessoas, sendo três secretários do ex-prefeito Aprígio estão envolvidos diretamente no falso ataque a tiros contra o então prefeito, às vésperas da eleição. O ex-político e empresário também é investigado pela suspeita do ataque forjado.

Uma operação da Delegacia Seccional e da Promotoria da cidade, batizada de "Operação Fato Oculto", foi realizada nesta segunda (17) para tentar prender alguns dos envolvidos na fraude. O caso é apurado como tentativa de homicídio, incêndio e adulteração de veículo.

As investigações apontam que o objetivo da simulação era fazer com que Aprígio sensibilizasse os eleitores para votarem nele e, assim, derrotar seu adversário no segundo turno, candidato Engenheiro Daniel (União Brasil). Aprígio saiu derrotado nas urnas.

Segundo a investigação, os ex-secretários José Vanderlei Santos (Transportes e Mobilidade Urbana), Ricardo Rezende Garcia (Obras), e Valdemar Aprígio da Silva (secretário de Manutenção e irmão do prefeito), “planejaram a simulação de um atentado político a Aprígio”.

A investigação aponta que os três ainda tiveram a ajuda do sobrinho do prefeito Cristian Lima Silva, que já havia sido investigado pela polícia em Alagoas por ter forjado um ataque contra si mesmo em 2020.

De acordo com as autoridades, em 2024, os secretários de Aprígio fizeram contato com dois homens, Anderson da Silva Moura, o "Gordão", e Clovis Reis de Oliveira, para que eles contratassem atiradores para executarem o plano. Anderson foi preso nesta segunda pela polícia e Clovis continua foragido.

Ainda segundo a investigação, Anderson e Clovis contrataram Gilmar de Jesus Santos, que seria o atirador, e Odair Júnior de Santana, que dirigiu o veículo que emparelhou com o carro de Aprígio.

A arma usada na fraude foi um fuzil AK-47. E os executores receberam R$ 500 mil para simularem o ataque.

Gilmar foi preso pela polícia em 2024 durante a investigação. Odair e Jefferson Ferreira de Souza, que ajudou a dupla na fuga, colocando fogo no automóvel que usaram, estão foragidos e também são procurados.

A polícia e a Promotoria apreenderam armas nos endereços de alguns dos investigados, mas o fuzil usado no atentado forjado ainda não foi encontrado.

As autoridades chegaram a pedir as prisões dos três secretários e do sobrinho de Aprígio e do ex-prefeito, mas a Justiça não concordou. E só autorizou fazerem buscas e apreensões nos imóveis dos cinco investigados.

Também foram feitas buscas na residência de Hélio Tristão, ex-coordenador de campanha de Aprígio.

Em nota ao Click Regional, o advogado de José Aprígio afirmou que "Aprígio é vítima, sofreu um tiro com armamento pesado em outubro de 2024 que, por sorte, não ceifou a sua vida.Esclarece que, em relação ao dinheiro apreendido, trata-se de quantia devidamente declarada em seu imposto de renda, e, portanto, de origem lícita.Reitera a sua confiança no trabalho da Polícia Civil e no Ministério Público, e tem certeza de que todos os responsáveis serão devidamente punidos, após o devido processo legal".

Matéria com informações G1