O investigador da Polícia Civil Rafael Moura da Silva, de 38 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde desta quarta-feira (16), após passar cinco dias internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ele foi baleado por um policial militar da Rota durante uma operação na Favela do Fogaréu, no Capão Redondo, Zona Sul da capital.
De acordo com o boletim emitido pelo 37º Distrito Policial do Campo Limpo, equipes do 3º CERCO da Polícia Civil realizavam incursão para localizar suspeitos de latrocínio quando, por volta das 18h20, houve o encontro inesperado com uma guarnição da ROTA. Rafael, que atuava com colegas à paisana e em veículo descaracterizado, foi atingido por disparos após os militares interpretarem a presença de civis armados como uma ameaça.
O documento detalha que o Sargento PM Marcus, da equipe ROTA-340, ao entrar na viela, avistou um homem armado e, diante da crença de que se tratava de um criminoso, efetuou quatro disparos. Posteriormente, constatou-se tratar de um policial civil. O sargento recolheu a arma e prestou socorro com apoio de outros militares.
Ainda segundo a análise jurídica do boletim, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar se houve erro evitável ou culpa por parte dos policiais militares. Outros elementos também foram solicitados na apuração, como perícia do local, exames residuográficos e avaliação da integridade das armas envolvidas, inclusive das bodycams dos PMs.
O investigador Rafael foi socorrido ainda consciente e estabilizado no Hospital das Clínicas. No período que esteve internado lutando por sua vida, uma verdadeira corrente solidária foi realizada para arrecadar bolsa de sangue.
Outro policial civil também foi atingido de raspão, mas recebeu alta no mesmo dia.
A Polícia Civil lamentou profundamente e se solidarizou com familiares e amigos neste momento de dor.