Uma manifestação realizada no final da tarde desta segunda-feira (19) interditou a avenida Carlos Caldeira Filho, nas proximidades do Terminal João Dias, na zona sul de São Paulo. O protesto foi motivado pela morte de Natanael Venâncio de Almeida, de 19 anos, baleado no último domingo (18) durante uma ação da Polícia Militar.
De acordo com informações apuradas pelo portal Click Regional, um grupo de moradores queimou um veículo, que foi deixado atravessado na via como forma de protesto. A ação causou congestionamento e chamou a atenção de quem passava pelo local.
Segundo familiares, Natanael foi atingido por disparos enquanto tentava entrar em casa, após ter fugido de uma abordagem policial por estar sem capacete e sem habilitação. “Ele tinha ido comprar remédio. Quando viu os policiais, correu com medo de perder a moto. Conseguiu entrar em casa, mas foi perseguido e morto por policiais da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas)”, relatou a mãe do jovem.
O que diz a Secretaria da Segurança Pública
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os policiais envolvidos na ocorrência utilizavam câmeras corporais e que todas as circunstâncias do caso estão sendo apuradas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), além de um Inquérito Policial Militar conduzido pela própria corporação.
“As imagens serão analisadas no decorrer das investigações. As armas utilizadas na ação foram apreendidas e encaminhadas para perícia”, afirmou a SSP.
A secretaria também destacou que laudos periciais foram solicitados ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML) e que o material será analisado pelas autoridades responsáveis. A Polícia Militar reforçou que é uma instituição legalista e que não tolera excessos ou desvios de conduta. "Qualquer denúncia de abuso por parte de seus agentes é rigorosamente investigada pela Corregedoria", acrescentou a nota.
Ainda segundo a pasta, um policial militar ficou ferido durante a ação.
As investigações seguem em andamento, e o caso mobiliza a atenção da comunidade local, que cobra respostas e transparência nas apurações.