Após a crise hídrica que deixou moradores de Itapecerica da Serra por mais de 11 dias sem abastecimento de água, a Câmara Municipal aprovou, na primeira sessão após o recesso, realizada nesta terça-feira (5), o substitutivo ao Projeto de Lei nº 1752/2025, de autoria do Coletivo Cléo PQ União e Jones. Todos os vereadores votaram favoráveis a propositura.

A proposta prevê a aplicação de penalidades administrativas às concessionárias responsáveis pelo fornecimento de água e energia elétrica na cidade em casos de falha ou interrupção injustificada dos serviços.

De acordo com o texto, a multa poderá chegar a até mil UFESP por dia e por unidade consumidora afetada, considerando a gravidade da falta, sua duração e eventual reincidência. A penalidade será aplicada mediante processo administrativo conduzido pela Prefeitura, assegurando o contraditório e a ampla defesa.

O projeto, no entanto, exclui situações como manutenção programada comunicada com antecedência mínima de 48 horas, desastres naturais ou problemas de responsabilidade exclusiva do consumidor.

Segundo o Artigo 3º, os valores arrecadados com as multas serão destinados a um fundo municipal voltado para ações emergenciais em saúde, defesa civil e abastecimento durante crises hídricas ou energéticas.

Durante a sessão, o vereador Jones Jr. defendeu a iniciativa com firmeza:

“Esse projeto de lei que apresento hoje – o PL 1752/2025 – não é contra nenhuma empresa. É a favor da justiça, da dignidade e da responsabilidade com quem paga suas contas em dia e recebe o pior serviço possível. Não é justo a população sofrer com apagões, com cortes de água, e ninguém ser responsabilizado por isso. Estamos propondo que as concessionárias que falharem sem justificativa sejam multadas, sim. E mais do que isso: que esse dinheiro seja revertido para emergências em saúde, defesa civil e abastecimento. Ou seja: onde o povo mais precisa. Essa lei diz o seguinte: se a empresa errou, se falhou com a cidade, vai ter que reparar. Vai ter que respeitar o cidadão de Itapecerica. Esse projeto está amparado pela Constituição. É legal, é justo, é necessário", afirmou o vereador Jones Jr.

Agora, o projeto segue para sanção do prefeito Ramon Corsini e, em seguida, deverá ser publicado para entrar em vigor.

Um ônibus da Viação Miracatiba foi alvo de ataque no final da tarde desta sexta-feira (1º), enquanto seguia pela Avenida Eduardo Roberto Daher, sentido Prefeitura, em Itapecerica da Serra.

Segundo a Polícia Militar, dois indivíduos vestidos com roupas laranjas saíram de uma área de mata e arremessaram uma pedra contra o coletivo. O vidro do veículo foi atingido, mas, felizmente, nenhum passageiro ficou ferido. Após a ação, os criminosos fugiram a pé em direção ao bairro Jardim Sampaio.

A PM registrou a ocorrência na Delegacia Central, que irá investigar o caso. Este foi o primeiro ataque a ônibus registrado na cidade.

Há meses municípios da região, como Taboão da Serra, além de outras localidades de São Paulo, também enfrentaram atentados a coletivos. Em um dos casos, uma passageira sofreu fratura no nariz e múltiplas escoriações. Ao todo já foram mais de 582 ataques registrados.

A corporação pede que a população denuncie, de forma anônima, qualquer ato de vandalismo pelo link: https://linktr.ee/25BPMM.

No último domingo (3), Itapecerica da Serra foi palco de uma manifestação. Moradores se reuniram no Parque do Povo e caminharam até a Praça da Matriz para protestar contra o Projeto de Lei 2159/21, apelidado de “da devastação”, e também para cobrar soluções para a crise hídrica que atinge a cidade.

Rejeição ao PL da Devastação

O principal alvo dos manifestantes foi o projeto em tramitação no Congresso Nacional, que aguarda decisão do presidente da República. Ambientalistas e moradores pedem o veto integral, alegando que a proposta representa um retrocesso ambiental.

Segundo Adriana Abelhão, vice-presidente da Preservar Ambiental, o PL fragiliza o processo de licenciamento ao permitir auto-licenciamento, em que o empresário apenas preenche um formulário, e autoriza prefeitos a liberar obras viárias em áreas de floresta sem estudos de impacto.

“Se já enfrentamos crise de abastecimento por incompetência da Sabesp, imagina sem água para distribuir?”, questionou a ambientalista, ao lembrar que projetos como o Nova Raposo e o Contorno Rodoviário podem ameaçar a Mata Atlântica, nascentes e rios fundamentais para a Represa Guarapiranga. Caso o PL seja sancionado, entidades prometem recorrer ao STF por inconstitucionalidade.

Indignação com a falta de água

Além da pauta nacional, a manifestação também deu voz à revolta da população com a maior crise hídrica da história recente da cidade. Devido ao rompimento de uma adutora da Sabesp, moradores ficaram mais de 11 dias sem água, situação que gerou indignação generalizada.

Cartazes e palavras de ordem cobravam não apenas o veto ao PL, mas também investimentos urgentes para evitar novos episódios de desabastecimento.

Mesmo após 11 dias de crise, moradores de Itapecerica da Serra continuam enfrentando sérias dificuldades com a falta de água. A Sabesp divulgou que o abastecimento teria sido retomado para todos os imóveis da cidade, mas a realidade encontrada pela população é bem diferente: a água chega de forma intermitente.

No comunicado enviado à imprensa, a companhia reconhece “instabilidades pontuais na rede” e afirma estar realizando manobras operacionais para direcionar água às regiões com maior demanda. Entretanto, o problema já ultrapassa os limites do aceitável, deixando famílias sem condições mínimas de higiene e saúde.

“Eles dizem que a água voltou, mas aqui em casa não tem nada. A gente acorda de madrugada para ver se sai um fio e conseguir encher um balde. Está impossível viver assim”, relatou uma moradora.

A Sabesp ainda informou que disponibilizou caminhões-pipa para mitigar os impactos, mas os atendimentos têm sido considerados insuficientes diante da quantidade de famílias afetadas. Além disso, a falta de previsibilidade revolta os moradores, que convivem com promessas repetidamente adiadas de normalização do fornecimento.

A situação tem atingido não apenas residências, mas também escolas. Creches e unidades de ensino chegaram a suspender atividades por não terem condições de funcionamento.

Enquanto a companhia reforça que “opera os sistemas de sua responsabilidade para atender aos padrões de potabilidade”, a população segue sem o básico: água potável de forma contínua.

“O que está acontecendo é um descaso. Ninguém aguenta mais promessas que não se cumprem. A água é um direito, não um favor”, protestou outro morador.

Com o desgaste e a indignação crescendo a cada dia, a crise hídrica em Itapecerica da Serra se consolida como uma das mais graves dos últimos anos.

Circulam em grupos de WhatsApp mensagens afirmando que a água será novamente desligada em Itapecerica da Serra neste fim de semana, supostamente por conta de uma manutenção na adutora localizada em Embu das Artes, responsável pelo abastecimento de parte da cidade e de todo o município.

A informação, no entanto, é falsa. Não houve novo rompimento ou desligamento programado no sistema de abastecimento. Segundo apuração, trata-se de mais um caso de fake news, que vem gerando apreensão e insegurança em meio à recente crise hídrica enfrentada pela população.

Moradores relatam que, após mais de uma semana de torneiras secas, ainda convivem com a intermitência do fornecimento. Em vez de tranquilidade, a cidade agora sofre também com a circulação de áudios e mensagens não oficiais que confundem e prejudicam ainda mais quem já foi impactado pela falta de água.

Especialistas alertam que o compartilhamento de informações falsas agrava a desinformação e dificulta a mobilização por soluções concretas.

O Distrito do Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra, ganhou nesta quinta-feira (31) uma nova agência dos Correios. A unidade, instalada no prédio que abriga o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), o Conselho Tutelar e o CadÚnico, fica na Rua Comodoro, nº 200, próxima à Delegacia de Polícia do bairro.

A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito Dr. Ramon Corsini, do vice-prefeito Allan Dias, vereadores e secretários municipais, além de representantes dos Correios e da Associação Brasileira de Franqueados Postais (ABRAPOST).

Durante o evento, o prefeito destacou que a instalação da unidade atende a uma demanda antiga dos moradores.

“A agência dos Correios aqui do Jardim Jacira é um sonho há muitos anos. Agora a população não vai precisar mais se deslocar até o centro da cidade ou até outras regiões para utilizar os serviços”, afirmou Ramon.

O vice-prefeito Allan Dias também ressaltou a importância da conquista.

“É mais uma realização em tão pouco tempo de mandato. Este é um equipamento de suma importância que gera respeito, dignidade, mais conforto e agilidade para a população”, disse.

Parceria Público-Privada

A abertura da agência foi viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre os Correios e a Prefeitura de Itapecerica da Serra, através da Secretaria de Governo, Ciência e Tecnologia e da Secretaria do Desenvolvimento Social e Relações do Trabalho. Pelo acordo, a administração municipal cedeu o espaço, enquanto o franqueado ficou responsável pelos custos operacionais.

Serviços disponíveis

Com a nova unidade, os moradores do Jacira passam a contar com duas agências no distrito: a recém-inaugurada e a do Centro Integrado Santa Júlia.
A agência da Rua Comodoro funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriados, oferecendo serviços como:

• Sedex e PAC

• Retirada de entrega interna

• Serviços de CPF

• Serasa Limpa Nome

• Chips dos Correios

• Tele Sena

• Seguro de vida e seguro de bolsa

Presenças

Estiveram presentes na inauguração os vereadores Cícero Melo (presidente da Câmara), Alex Napoleão, Val Santos, Dr. Vicente Tinho e Cléo do Pq. União (Coletivo Pq. União Cleo e Jones). Também participaram a secretária municipal Anali Corsini (Desenvolvimento Social e Relações do Trabalho), o secretário Renato Rainha (Governo, Ciência e Tecnologia), o diretor Laurindo Neto Soares, o superintendente estadual dos Correios-SP Vinícius Moreno, o diretor da AGF XV de Novembro Angelo Dias e o presidente da ABRAPOST-SP Chamoun Hana Joukeh.

Texto com informações e foto Departamento de Comunicação da PMIS