A Polícia Civil realizou nesta sexta-feira (1º) a reconstituição da morte do investigador Rafael Moura da Silva, de 38 anos, atingido por disparos durante uma operação na Zona Sul de São Paulo, em 11 de julho. O local foi isolado para perícia, com uso de carro blindado para preservar a área.

Câmera corporal mostra o momento dos disparos

A divulgação das imagens da câmera corporal do sargento Marcos Augusto Costa Mendes, da Rota aponta que ele levou cerca de 16 segundos entre acessar um portão (com a chave utilizada por ele) e encontrar Rafael. Em seguida, ouvem-se disparos. Laudo aponta que o investigador foi atingido por três tiros, dois deles no tórax.

Disputa de versões

A defesa de Marcos Augusto alega que o policial agiu dentro do “procedimento operacional padrão”, afirmando que Rafael não estaria identificado e teria apontado a arma contra os PMs.
No entanto, imagens feitas por um colega de Rafael antes da ação mostram que o distintivo do investigador estava visível.

Outro policial ferido e afastamento de agentes

Além de Rafael, o policial civil Marcos Santos de Sousa foi ferido de raspão. O Ministério Público pediu e a Justiça determinou o afastamento cautelar de Marcos Augusto por 90 dias.

Também foi afastado o PM Robson Santos Barreto, que deu apoio na ocorrência, embora não tenha efetuado disparos. Ele já havia participado com Marcos Augusto de outra ação um mês antes, a 500 metros do local, que terminou com a morte de um homem.

Próximos passos

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que as investigações seguem em andamento e que o afastamento dos agentes é uma medida cautelar. Caso a decisão seja mantida, ambos permanecerão fora do trabalho de rua, mas poderão assumir funções administrativas até a conclusão do inquérito.